O agrônomo Paulo César Ribeiro Costa confirma o quadro favorável à boa safra de caju para o período de outubro a janeiro vindouro. “Sem dúvida, a tendência é de uma colheita em abundância”, disse. “Mas alguns fatores podem contribuir para a flor cair e não se transformar em caju”. Por enquanto, Costa prefere ser otimista e espera um incremento de pelo menos 30% em relação a 2007.
Paulo César Costa destacou o valor econômico e social da cajucultura para a região Nordeste. “É incalculável”, frisou. “Traz grandes benefícios para a geração de emprego e permanência do homem no campo”. Segundo estimativa de Costa, no Nordeste o setor garante o emprego no período de outubro a janeiro, de 300 mil pequenos agricultores.
Para melhorar a produtividade, Costa aponta como principal manejo, a poda do cajueiro, que deve ser tratado como uma frutífera. “É preciso eliminar galhos em excesso, doentes, fazer o sol penetrar na planta”, disse. “Isso ajuda muito”. Outro aspecto curioso é o pequeno produtor rural associar a cajucultura com a apicultura. “É um mito achar que a abelha vai chupar, sugar e acabar com a flor”, observou. “Pelo contrário, vai ajudar na polinização cruzada da flor, exercendo um papel importante para o aumento da produção”.
Costa observa, entretanto, que os pequenos produtores devem evitar a substituição da copa de cajueiros acima de 20 anos, bem como o cultivo de uma única variedade de clones de caju-anão. “A diversidade de variedades evita o ataque de pragas. Quem só tem um tipo de planta fica mais fácil sofrer doenças que podem trazer enormes prejuízos. Por isso, não recomendamos uma substituição geral”.
Dois períodos Conforme dados da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, a cajucultura cearense compreende dois períodos: o primeiro data da colonização, com o plantio desorganizado e disperso ao longo do litoral, explorado de forma extrativista. O segundo período começa na década de 60, com o início da expansão do setor agroindustrial, marcado pelo mercado favorável aos produtos de amêndoa de castanha de caju (ACC) e líquido de castanha de caju (LCC), apoiado pela existência de incentivos fiscais e subsídios. Nesse período ocorreu a expansão da fronteira agrícola e os plantios ocuparam extensas áreas de forma sistematizadas.
Fonte:www.diariodonordeste.com.br