domingo, 1 de março de 2009

Fundação Raimundo Fagner, em Orós, completará uma década

Orós. Há nove anos, uma semente no meio do sertão começava a germinar. Era a semente da música, da arte, de uma nova proposta de educação continuada que daria vida nova aos jovens do município de Orós, distante 354 quilômetros de Fortaleza. Lá, na Fundação Raimundo Fagner, as crianças e os jovens aprendem a cantar, atuar e, principalmente, são motivados a desenvolver suas habilidades musicais. Tanto pela manhã quanto à tarde, os jovens atendidos pela Fundação participam de um programa educacional diferenciado das escolas convencionais. É um local onde os jovens são integrados diretamente com a música e os seus respectivos dons são avaliados desde o primeiro dia em que ingressam na entidade.
Por mais que seja uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), a Fundação Raimundo Fagner não possui fins lucrativos e só atende a crianças que são admitidas por um teste de seleção. Dessa forma, todas as crianças e jovens atendidos pela fundação assumem a responsabilidade e o compromisso de cumprir as regras e de respeitar os demais colegas.
De acordo com o coordenador da Fundação Raimundo Fagner em Orós, César Holanda, o teste de admissão dos novos alunos é realizado para conhecer quais as habilidades que cada um terá de desenvolver nos dez anos de permanêcia na instituição. Assim, as crianças podem ingressar a partir dos 7 anos e sair somente aos 17 e estarão aptas para dar continuidade à carreira de músicos, caso desejem. Todo esse tempo, para os alunos, resume-se em uma nova vida.
Para César Holanda, o foco do trabalho é a arte inserida na música. Desta forma, a didática usada pela fundação e pelos educadores mudam a cada semestre. Para este período, por exemplo, os alunos aprendem o estilo musical Barroco — correlacionada com a época cultural homônima na Europa, que vai desde o surgimento da ópera, por Cláudio Monteverdi no século XVII, até à morte de Johann Sebastian Bach, em 1750 — e desenvolvem as atividades a partir deste estilo.
“Como cada música tem sua época, fazemos o mesmo com os alunos. Esse ano, os estudos estão voltados para o Barroco. Eles já estudaram a música renascentista no ano passado, que rendeu o espetáculo Romeu e Julieta, apresentada em diversas cidades da região”, salienta o coordenador.
Seleção
A Fundação Raimundo Fagner especifica alguns critérios para que as crianças participem dos projetos. Além da prova de admissão, são analisadas as condições salariais da família do novo aluno. “É preciso saber se os alunos pertencem às famílias de baixa renda e o rendimento deles na escola também é avaliado”, diz. O resultado da preocupação com os alunos que ingressam na instituição é motivada pela qualidade do profissional que está apto a deixar a instituição. “Já saíram alunos daqui que hoje são professores de teatro”.
Para a diretora administrativa da fundação, Maninha Moraes, a instituição tem um papel muito importante para a comunidade, uma vez que a cidade de Orós ainda carece de trabalhos sociais na área da cultura. “A instituição foi fundada para dar uma nova oportunidade aos jovens”. Prestes a completar dez anos de funcionamento, a fundação já se preocupa com os jovens que irão sair da instituição no próximo ano. “A fundação se preocupa em aproveitar os alunos para a monitoria”, salienta.
Para ela, não se faz um trabalho desses sem contar com a ajuda das instituições parceiras. Tanto no município de Orós quanto em Fortaleza, a Fundação Raimundo Fagner desenvolve os mesmos projetos de qualificação educacional. Nos noves anos de atuação, a instituição garantiu três importantes prêmios concedidos pelos trabalhos realizados: Prêmio Itaú-Unicef, Criança Esperança e Cultura Viva, do Ministério da Cultura.
Mais informações:Fundação Raimundo Fagner
Travessa da Matriz, S/N - Orós(88) 9957.5080
Sítio Canteirão - Fortaleza(85) 3274.3726
Fonte:DN/ MAURÍCIO VIEIRA

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