Foto: Honório Barbosa
A idéia é incentivar a pequena irrigação, apoiar a agricultura familiar e ampliar a produção local de frutas e verdurasCatarina. Assistência técnica, apoio ao crédito, implantação de sistemas localizados de irrigação e ampliação de cultivos orgânicos de hortaliças e fruticulturas estão mudando a vida de um grupo de pequenos produtores rurais neste município, localizado na região dos Inhamuns. O resultado do trabalho reflete diretamente na renda familiar que triplicou e não pára de crescer.Oficialmente, o projeto ainda não tem nome e é desenvolvido em parceria entre a Ematerce, Secretaria de Agricultura do município, Banco do Nordeste e Conab. A idéia central é incentivar a pequena irrigação, apoiar a agricultura familiar e ampliar a produção local de frutas e verduras. Inicialmente são 15 produtores, mas a lista de adesão ao programa é cada vez mais crescente.Os exemplos de sucesso estão espalhados em várias localidades do município. Na comunidade de São Francisco, o agricultor Pedro Garcia da Silva implantou, em novembro passado, um novo sistema de irrigação, microaspersão, graças à liberação de R$ 1,5 mil do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).Numa área de meio hectare, mesmo em solo pedregulho e acidentado, Garcia da Silva cultiva hortaliças há quatro anos. Sem assistência técnica e com a irrigação manual dos canteiros perdia tempo e a produtividade era reduzida. “Aguava com uma lata e no fim do dia estava cansado”, recorda. “A vida da minha família melhorou muito e agora penso em ampliar a produção, cultivando goiaba, maracujá e mamão”, comentou o agricultor.A melhoria da qualidade dos frutos e o aumento da produção fizeram com que Garcia da Silva ampliasse a renda mensal para R$ 1,2 mil, três vezes mais. O mesmo ocorreu com o produtor Cesário de Oliveira, no Sítio Açude Novo, que incrementa o ganho com a venda de pamonha. Produz milho, tomate e hortaliças, além de criar um pouco de gado e galinha. “Vendo 300 pamonhas por semana a R$ 1,00 cada uma”, contou. “Não tenho do que reclamar”, destacou.Clima de alegriaO clima entre os produtores de Catarina é de alegria, apesar da preocupação com a quantidade de chuva na região. Eles acham que a baixa pluviosidade pode deixar os açudes com pouca água acumulada e prejudicar a irrigação ao longo do ano.Ronivan Ferreira, na localidade de Bom Lugar, é outro exemplo. Depois da orientação dos técnicos da Ematerce, implantação de moderno sistema de irrigação e de novos tratos culturais, a produção de verduras aumentou. A renda familiar chega a R$ 3 mil. “Estou implantando maracujá, goiaba, laranja e ampliando a área de tomate”, disse. “Vendo para o mercado local e para as cidades de Acopiara, Iguatu e, também, de Mombaça”.O secretário de Agricultura de Catarina, Paulo Roberto da Silva, disse que a idéia do projeto é trabalhar com quem já produz. “Havia produção, mas precisava ser melhorada a partir da assistência técnica e do apoio ao crédito do Pronaf”, explicou. A orientação veio de dois agentes contratados pela Ematerce, com larga experiência no Vale do São Francisco, em Petrolina.O gerente da Ematerce de Acopiara, que atende o município de Catarina, Rubens de Lima, lembra que no início houve resistência por parte dos produtores para se adaptarem às novas tecnologias de produção. “O sucesso do grupo serve de modelo para outros produtores”, frisou. “O nosso objetivo é incentivar à pequena irrigação”, lembrou.A Prefeitura de Catarina dá apoio aos técnicos da Ematerce, faz pequenos açudes, amplia outros, perfura poços e toca o projeto em parceria com o BNB, que libera recursos do Pronaf. A Conab compra parte da produção para a doação dos produtos para a merenda escolar. “Esse é um programa que deu certo e deverá crescer nos próximos anos”, observa o gerente regional da Ematerce, Virgulino Neto.Os agentes rurais, Ednaldo Soares e Abílio do Nascimento, destacam o cultivo orgânico e a qualidade dos frutos. “O programa visa ampliar a produção, reduzir custo, utilizar água de forma racional e incentivar os pequenos produtores a buscarem alternativa, rompendo com a dependência da agricultura de sequeiro de milho e feijão”, observa Nascimento. “Quem participa do projeto não tem mais interesse em fazer queimada”, salientou.
Honório Barbosa
Repórter
Mais informações:
Secretaria de Agricultura de Catarina(88) 3556.1167
Ramal 30
Ematerce de Acopiara(88) 3565. 0316
Fonte: DN
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