Após um ano de mobilização, aconteceu, ontem, neste município, na região Centro-Sul, o `Dia D` da campanha `Iguatu livre da hanseníase`, promovida pela Secretaria Municipal de Saúde, com apoio financeiro da Organização Não Governamental (ONG), LRA, da Inglaterra. A idéia é chamar a atenção dos moradores para os sinais e sintomas da doença e alertar a comunidade para que procure o serviço de saúde, pois a doença tem cura e o tratamento é gratuito.
Durante esta semana, houve panfletagem nos cruzamentos das ruas e equipes do Programa Saúde da Família (PSF) visitaram casas para dar orientação aos moradores sobre a doença, sintomas e tratamento. Ontem, as unidades do PSF realizaram atendimento especial voltado para a identificação de novos casos da doença.
Iguatu lidera o hanking de incidência de hanseníase no Ceará. No ano passado, surgiram 140 novos casos. "Os números aparecem porque temos uma busca ativa, um trabalho sério de identificação e tratamento da doença", explica a coordenadora do Programa de Hanseníase e Tuberculose, em Iguatu, Laura Bezerra. O município tem um percentual de cura acima de 90%. "Isso mostra que o trabalho está no caminho certo e vamos vencer esse problema", afirma ela.
Apesar dos esforços do governo nos últimos cinco anos, a hanseníase vem se interiorizando e expandindo no Ceará. Em muitos municípios, as taxas se mantêm elevadas e em alguns casos há crescimento da doença, que é considerada de alta endemicidade.
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), há 21 municípios prioritários, por importância epidemiológica, que respondem por 51% dos casos. São eles: Brejo Santo, Canindé, Caucaia, Crato, Fortaleza, Iguatu, Itaitinga, Jaguaribe, Juazeiro do Norte, Lavras da Mangabeira, Maracanaú, Maranguape, Missão Velha, Pacatuba, Paracuru, Pentecoste, Quixeramobim, Santana do Acaraú, São Gonçalo do Amarante, Sobral e também Várzea Alegre.
O número de casos novos e o coeficiente de detecção na faixa etária de 0 a 14 anos de idade, indica que a hanseníase é uma doença em expansão no Ceará. Esse quadro traz preocupação para as autoridades. Em 2000, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou uma meta para que o índice de prevalência fosse menor ou igual a 1 para 10 mil habitantes. O desafio não foi renovado para 2005, mas até hoje não foi alcançado. A hanseníase apresenta, ao longo da história, forte preconceito social. O estigma prejudica os pacientes que escondem a doença ou abandonam o tratamento. "A falta de informação sobre a doença é o principal obstáculo", diz a coordenadora do setor de Epidemiologia da 18ª Coordenadoria Regional de Saúde, em Iguatu, Mercedes Bezerra. "A hanseníase tem cura e as pessoas podem levar uma vida normal no trabalho, na família e na sociedade", destaca ela.
A coordenadora do Programa de Hanseníase e Tuberculose, em Iguatu, Laura Bezerra, mostrou que nos últimos cinco anos uma série de ações está sendo adotada para reverter o quadro. "Se somos o primeiro lugar em número de casos, também somos campeão em detecção precoce e em número de tratamento dos contatos".
Mais informações:
Secretaria de Saúde do Município de Iguatu, Rua Júlio Cavalcante, S/N
(88) 3581. 1700
(88) 3581. 4259
Fonte: Diário do Nordeste
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