Reflorestamento da Mata Ciliar Nativa no leito do Rio Jaguaribe em Iguatu

Esperança de dias melhores para o Rio Jaguaribe

“Se não há mais Jaguar, se salve o Rio”, diz um trecho do poema Martelo Sobre um Rio Mutilado, de Virgílio Maia. Mas o verso é só um gesto, dentre vários outros, na campanha de conscientização e defesa do Rio Jaguaribe. E nesta quarta-feira, 21/07, representantes das Secretarias de Agricultura, Ematerce(Agentes Rurais), Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura; COGERH, Comitê da Sub-bacia do Alto Jaguaribe, Instituto Elo Amigo, Associação de Fruticultores de Iguatu, estudantes e moradores do Sítio Cardoso I fizeram uma ação que traz a esperança de dias melhores para o “velho Jaguá “, o replantio de várias mudas nativas na margem do Rio. O movimento faz parte da programação do Festival de Férias promovido pela Prefeitura Municipal de Iguatu. O coordenador da Secretaria de Agricultura de Iguatu, Joaquim Feitosa, foi o idealizador desta ação e explicou com detalhes a iniciativa “Esta foi uma iniciativa baseada na necessidade urgente e extremamente visível que acontecem com a Mata Ciliar do nosso Rio Jaguaribe e a partir desta visão com o apoio da Secretaria de Agricultura e parceiros, tivemos a iniciativa de produzir um banco de sementes, nós já estamos com trinta espécies classificadas. E a necessidade é urgente, começamos então a recuperação de matas ciliares, e para isto temos um parceiro importante que é a Associação de Fruticultores de Iguatu que está sendo um parceiro fundamental, os produtores estão cedendo as áreas para o plantio das espécies nativas e a nossa perspectiva é de que possamos realizar estas ações em várias áreas do nosso município, além disso, há um comprometimento de condução das mudas, realizando a irrigação de todas ” afirmou. Esta é uma ação que tem como objetivo revitalizar as matas ciliares do Rio Jaguaribe na região iguatuense. Mata ciliar é a designação dada à vegetação que ocorre nas margens de rios e mananciais. O termo refere-se ao fato de que ela pode ser tomada como uma espécie de "cílio", que protege os cursos de água do assoreamento. Durante a nossa reportagem observamos que um verdadeiro deserto está sendo formado com o assoreamento que é um fenômeno muito antigo e existe há tanto tempo quanto existem os mares e rios do planeta, e este processo já encheu o fundo dos oceanos em milhões de metros cúbicos de sedimentos. É hoje uma das causas de morte de rios, devido à redução de profundidade e em todo o percurso do Rio Jaguaribe este fenômeno está acontecendo. “ Este é um passo pequeno para o tamanho do problema, mas gigante quando falamos sobre a conscientização da população na proteção do nosso Rio, estão de parabéns todos que estão participando deste momento e especialmente a administração municipal pela iniciativa de apoiar esta ação” disse Marcos Duarte. Situada em sua totalidade dentro dos limites do estado do Ceará, o Rio Jaguaribe é considerado o maior curso de água do território cearense, com 610 quilômetros de extensão. As bacias e sub-bacias hidrográficas Ocupam cerca de 51,9% da área total do Estado, o que equivale a, aproximadamente, 75.669 km².“ Precisamos conscientizar as pessoas que quando derrubam às nossas árvores que são matas ciliares eles dão a possibilidade para que o Rio avance ainda mais nas laterais e nas grandes cheias as suas águas invadam residências, para piorar a situação está fazendo do leito do Jaguaribe um verdadeiro lixão como estamos observando aqui no Cardoso I” disse o Secretário Adjunto do Meio Ambiente de Iguatu, Paulo Cezar Barreto.

Questionamos então a presidente da Associação de Moradores da Localidade, Lucinete Alves, sobre a questão do lixo que está sendo jogado no leito do Rio pela comunidade, “ infelizmente muitos teimam em jogar o lixo no leito do Rio, já falamos para que o lixo seja colocado em um outro local onde o carro do lixo possa recolher, mas ainda assim alguns moradores que preferem jogar o lixo no leito do nosso Jaguaribe” disse.

Para a Coordenadora da COGERH – Vandízia Sucupira esta é uma ação importante mas precisa que a população seja contagiada pelo movimento e sinta a importância deste reflorestamento, “a população precisa ter a conscientização de que a proteção do Rio é de fundamental importância, precisa além destas ações que a população participe ativamente através de uma conscientização sobre a proteção das matas ciliares no sentido de que não se preocupem com os períodos chuvosos onde as águas do Jaguaribe podem adentrar em suas casas” destacou. Mais de 40 mudas foram plantadas de vários exemplares de árvores nativas: Muquém, Coaçu, Jatobá, Oiti, Mulungu, Aroeira, Tamarindo, Umbu, Jenipapo, Oiticica, Azeitona, Ipê Roxo e Amarelo.