Fortes chuvas, mas com curta duração, acompanhadas de relâmpagos, trovões e até granizo, banhou ontem a maioria dos municípios do Cariri. No Crato, oficialmente, foram registrados 83 milímetros. No entanto, no Sítio Granjeiro, no sopé da Serra do Araripe, os pluviômetros, com capacidade para medir até 120 milímetros, transbordaram. A intensidade das chuvas não causou nenhum problema na cidade que, normalmente, é alagada com uma chuva de 100 milímetros. Dados da Funceme registraram chuvas em 10 municípios caririenses. Barbalha teve a maior.
De acordo com o técnico da Fundação Cearense de Metereologia e Recursos Hídricos (Funceme), Paulo Barbiere, as precipitações são resultantes do fenômeno denominado "vórtice ciclônico" que está sobre o atlântico. "É um dos principais sistemas meteorológicos que provoca alterações no tempo da região Nordeste", afirmou. Ele explicou ainda que podem ocorrer outras precipitações nas próximas 24 horas.
A Funceme, segundo Barbiere, não tem previsão conclusiva, em longo prazo, para o próximo inverno. No entanto, em razão do fenômeno conhecido como El Niño, que este ano, ocorre no Pacífico, não há otimismo. "Este fenômeno pode provocar a diminuição de chuvas". Barbiere adverte que somente depois de janeiro, quando serão estudadas outras reações atmosféricas, é que será possível uma previsão mais detalhada da quadra invernosa.
Com relação à chuva de granizo registrada no Crato, o técnico diz que é uma ocorrência normal. A formação do granizo acontece nas nuvens do tipo "cumulonimbus". No interior dessas nuvens, as frequentes correntes de ar elevam o vapor de água condensado às maiores altitudes, passando acima da linha isotérmica, que é de 0º centígrados. Desta forma, essas gotículas de água se congelam até terem o peso suficiente para cair do céu.
Barbiere explica que, dependendo de certas condições, as pedras de gelo podem ser tão pequenas que chegam a cair sobre solo já na forma líquida. Entretanto, a formação do granizo depende das condições de umidade e da velocidade e intensidade dos movimentos internos dos núcleos de gelo.
O escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce) não recomenda, entretanto, o início do plantio. O gerente regional da instituição, Adonias Sobreira, informou que as sementes nem chegaram ainda ao Cariri. Ele disse que sugeriu ao secretário de Desenvolvimento Agrário, Camilo Santana, que a distribuição de sementes fosse feita no dia 18 de dezembro.
Diário do Nordeste
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