quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ahmadinejad impõe condições para retomar diálogo com a ONU sobre questão nuclear

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, condicionou hoje (23) a retomada do diálogo com o chamado P+1 – formado pelos Estados Unidos, a Grã-Bretanha, França, Rússia e China, além da Alemanha – sobre o programa nuclear desenvolvido em seu país a mudanças no tratamento dispensado pelo grupo aos iranianos. Segundo Ahmadinejad, é necessários que as autoridades estrangeiras indiquem que as negociações serão em tom amistoso e não antagônico.
“Os responsáveis pelas negociações devem declarar suas posições em relação ao compromisso [da comunidade internacional] no que se refere ao TNP [Tratado de Não Proliferação Nuclear] e esclarecer se as intenções nas negociações ocorreram [de forma] amigável ou assumindo posição antagônica”, afirmou Ahmadinejad, segundo a rede de televisão estatal do Irã, a PressTV.
Para o presidente do Irã, é fundamental que todos os países envolvidos nas negociações assumam como cada um conduz a política nuclear e a forma como analisar a questão em Israel. "Esses países também devem declarar suas posições sobre a [suposta produção de] bomba nuclear do regime de Israel e indicar se são contra”, afirmou. “A resposta a essa questão é que determinará a natureza das negociações”, disse.
Ahmadinejad reiterou que o Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear. Segundo ele, os iranianos têm o direito de desenvolver um programa de enriquecimento de urânio, como vêm fazendo, assim também de manter as atividades nucleares. Ele negou fins não pacíficos no programa e que impeçam a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) às usinas nucleares do Irã.
Desde 9 de junho, o Irã é alvo de sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. As restrições atingem principalmente as áreas comercial e militar. Ontem (22), representantes do grupo P5+1, integrado pelo membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China) e pela Alemanha discutiram a questão nuclear iraniana.
Em comunicado conjunto, o grupo defendeu a retomada das negociações com o Irã, mas não houve sinalizações para a suspensão das sanções ao país. Para o Conselho de Segurança, é fundamental o Irã provar que o programa nuclear não tem fins militares. O governo Ahmadinejad nega as suspeitas.

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