quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Bancários do Ceará entram em greve a partir desta quarta-feira

Após cinco rodadas de negociação, os bancários do Ceará afirmam que vão entrar em greve por tempo indeterminado, a partir desta quarta-feira (29).

A categoria reivindica reajuste salarial de 11%, mas a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) oferece uma reposição de 4,29%, correspondente aos índices da inflação do momento. Ainda de acordo com os bancários, os ”patrões” se recusam a discutir pontos importantes para a categoria como PCCS, assédio moral, metas abusivas, entre outros. 
Em contrapartida, a Fenaban ressalta que os reajustes que forem pactuados neste ano serão aplicados sobre uma convenção coletiva considerada a melhor do País, que assegura aos bancários uma série de ganhos em termos de remuneração e benefícios, tais como: 
Média salarial de R$ 4.111, uma das maiores do País; 
Jornada de trabalho reduzida, de seis horas diárias (30 horas semanais), com semana de cinco dias, enquanto a jornada legal para outras categorias é de 44 horas semanais: 
Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para todos os trabalhadores da categoria no País – assegurada em convenção coletiva de âmbito nacional; 
Piso salarial de R$ 1.501,49 (para uma jornada de seis horas) para a função de caixa, a mais numerosa, adicionado ao vale refeição mensal de R$ 371,36, ao vale alimentação de R$ 289,36/mês e ao auxílio creche de 207,95/mês (por filho). Todos esses valores serão corrigidos com o novo acordo; 
Salário pelo menos 55% maior para os trabalhadores com jornada de oito horas (40 semanais) em relação aos que têm jornada de seis horas; 
Auxílio refeição de R$ 16,88/dia, inclusive nas férias; 
Oportunidade de carreira que caracteriza o segmento. 
Mesmo diante destas argumentações, o Sindicato dos Bancários do Ceará defende que os seis maiores bancos do País (BB, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) apresentaram R$ 21,7 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre deste ano, resultado 32% superior ao do mesmo período do ano passado. Na percepção da Seeb-CE, os bancos quase dobram de tamanho a cada três anos, uma rentabilidade sem paralelo no mundo. 
  
O que os bancários reivindicam:  
 
  
● 11% de reajuste salarial    
 
 ● Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente  ● PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos   
 ● Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá ● Previdência complementar em todos os bancos● Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança  
 ● Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas, reversão das terceirizações e fim da precarização dos correspondentes bancários  
 ● Mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público  
 ● Planos de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) em todos os bancos  

 Colaborou nesta matéria o jornalista Janes Souza

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