Horas antes do primeiro debate do segundo turno, que será realizado neste domingo (10) na TV Bandeirantes, a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, visitou a Bienal de São Paulo e criticou, em conversa com os jornalistas, a "virada conservadora" do seu adversário José Serra (PSDB).
Sem nominar, Dilma rebateu uma declaração atribuída a Mônica Serra, ex-primeira dama de São Paulo e mulher do candidato tucano, que havia declarado em setembro, na Baixada Fluminense, que a petista era "a favor de matar criancinhas". Para a candidata, isso é uma campanha da Guerra Fria. "Fui acusada de coisas da Guerra Fria dos anos 50. Disseram e vocês gravaram: 'ela comia criancinhas'. Eu jamais esperava ouvir isso. Não foi só conservador, mas beirou as acusações absurdas da Guerra Fria", afirmou a candidata.
"Eu não tenho o menor interesse de virar conservadora. Não faço nenhuma virada à direita para me eleger", prosseguiu em novo ataque a Serra.
Para o debate deste domingo (10), a candidata espera um encontro esclarecedor e promete não torná-lo conservador. Ela ainda comentou o resultado da pesquisa Datafolha, divulgado no último sábado(9), que a coloca com 48% das intenções de voto (54% dos votos válidos). "Vou repetir pela 29ª vez: não comento pesquisa porque é um retrato do momento e ninguém tem certeza da precisão", desconfiou.
Entre as instalações visitadas pela petista na Bienal de São Paulo, está a polêmica obra do artista Gil Vicente, que põe o presidente Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em cenas violentas. "Nessa história de tolerância, a cultura não pode ser objeto de censura. As obras trabalham com o simbólico. Esteticamente é uma obra até bonita, mas o que quis dizer são outros quinhentos."
Terra
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