O senador Tasso Jereissati (PSDB), 61, afirmou nesta segunda-feira (4) ter encerrado sua carreira política.
"Não vou mais disputar cargo público. Essa foi uma decisão dada primeiro pela população e depois por mim", afirmou em coletiva à imprensa em seu escritório político, em Fortaleza. O tucano não conseguiu se reeleger ao Senado no Ceará.
Tasso foi derrotado pelos deputados federais Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT), que conquistaram 2,6 milhões e 2,3 milhões de votos, respectivamente. O tucano, que governou o Ceará por três mandatos, obteve 1,7 milhão de votos.
"Eu não pretendo mais ter vida política. Para mim, está encerrado esse capítulo de eleição", afirmou ao lado do candidato tucano ao governo do Ceará, Marcos Cals. Ex-secretário de Justiça de Cid Gomes (PSB), reeleito ontem, Cals ficou em segundo lugar na disputa pelo Palácio Iracema.
Tasso se viu isolado na política local após interferência do presidente Lula, que cobrou apoio de Cid ao petista José Pimentel. A intenção do governador era abrigar em sua chapa apenas Eunício Oliveira e dar apoio velado a Tasso.
"Sabíamos, quando nós resolvemos lançar candidato próprio, com o partido isolado, que seria muito difícil. Resolvemos assumir o risco", disse o senador na coletiva. Tasso prometeu ainda que o PSDB fará oposição ao governo de Cid - os tucanos eram aliados da gestão de Cid Gomes até o rompimento político entre Tasso e os irmãos Cid e Ciro, no início do ano.
SEGUNDO TURNO
Tasso prometeu empenho na campanha à presidência do tucano José Serra e minimizou o bom desempenho de Dilma Rousseff (PT) na região nordeste. "Quem teve votação aqui foi o Lula. A ministra Dilma não participou da eleição", alfinetou.
No Ceará, Dilma obteve 66,3% dos votos válidos. Serra teve o mesmo desempenho de Marina Silva (PV) - 16,3% dos votos válidos para cada um. O senador atribuiu a necessidade de um segundo turno a uma "sensação de chavismo". "Acho que o Brasil começou a perceber o perigo que estamos correndo", disse.
Um dos principais desafetos do presidente Lula, Tasso afirmou que a base de sustentação do governo "se faz pelo fisiologismo". "Eu não tenho dúvida de que o presidente Lula é um dos responsáveis por isso. A corrupção banalizou-se", disse.
CIRO GOMES
O senador ainda fez duras críticas ao deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), seu afilhado político. "O poder é encantador. Ele não é de longe a figura idealista que era 25 anos atrás".
Depois de quase 25 anos de aliança política, esta é a primeira eleição no Ceará em que o Tasso e Ciro, coordenador da campanha do irmão, o governador reeleito Cid Gomes (PSB), atuam em campos opostos.
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