Após passar por um beijaço gay em Barcelona, o papa Bento 16 atacou neste domingo o aborto e defendeu a família tradicional em clara crítica às leis liberais do governo socialista espanhol de José Luis Rodríguez Zapatero.
O papa, que já criticara o "agressivo" sentimento anti-Igreja na Espanha, defendeu a família como a união de um homem e uma mulher. "O amor indissolúvel de um homem e uma mulher é o marco eficaz e o fundamento da vida humana em sua gestação, em seu parto, em seu crescimento e em seu término natural", recordou.
A Espanha aprovou o casamento homossexual há cinco anos. Neste domingo, cerca de 200 gays fizeram um "beijaço" durante a passagem do papamóvel pelas ruas de Barcelona, em um protesto contra as políticas da Igreja Católica sobre o tema.
Metade dos manifestantes se beijaram e a outra metade vaiou o papa em sua passagem pela Catedral de Barcelona, onde realizou uma missa neste domingo. O protesto ocorreu em meio a milhares de fiéis que esperavam entusiasmados Bento 16.
ABORTO
O papa pediu ainda aos governos "adequadas medidas econômicas e sociais para que o homem e a mulher que contraem matrimônio e formam uma família sejam decididamente apoiados pelo Estado para que se defenda a vida dos filhos como sagrada e inviolável desde o momento de sua concepção e que a natalidade seja dignificada, valorizada e apoiada jurídica, social e legislativamente".
Há quatro meses, entrou em vigor no país a nova legislação espanhola sobre o aborto, que o Vaticano classificou de "insensata'. A nova lei, que amplia a anterior, permite o aborto livre dentro de um prazo de 14 semanas e autoriza o aborto de maneira excepcional até 22 semanas de gravidez em caso de risco para a vida e a saúde da mãe ou em caso de graves malformações do feto.
Depois da missa, o papa inaugurará os trabalhos de construção de uma residência do instituto Obra Nen Deu, que acolhe crianças autistas e com deficiências mentais, e à tarde concluirá sua viagem de dois dias à Espanha.
Bento 16 chegou a Barcelona procedente de Santiago de Compostela. A visita tem como objetivo reacender a fé em uma das principais nações católicas do mundo. Bento 16 afirmou neste sábado que o anticlericanismo sentido hoje na Espanha remete aos anos 30, quando a Igreja Católica sofreu uma onda de violência e mal-estar em meio à guerra civil.
Folha
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