Os quatro principais candidatos à Presidência enfrentam-se na noite deste domingo em mais um debate na televisão. Organizado pela Record, o confronto é o penúltimo antes da votação do dia 3 de outubro e é apontado pelas coordenações das principais campanhas como decisivo para definir se a disputa chegará ou não ao segundo turno. A audiência da emissora - segunda colocada nas medições do Ibope - e a proximidade com o dia da eleições foram citados como relevantes para mudanças no cenário eleitoral.
“O fato de ser uma emissora com mais audiência e de estarmos na reta final, torna o debate o mais importante”, afirmou o vereador Alfredo Sirkis, um dos coordenadores da campanha de Marina Silva (PV) à Presidência. Segundo ele, o confronto de hoje é “o mais importante até o momento”.
Investindo na tese de que sua candidata ainda teria chances de ir ao segundo turno, Sirkis considerou que o debate é bom para os eleitores conhecerem melhor candidata. “O horário eleitoral é muito desequilibrado”, referindo-se ao restrito tempo do PV na televisão, se comparado a partidos como o PT e PSDB. O coordenador disse ainda que a estratégia de Marina para o debate é a mesma, ou seja, “de equilíbrio, sem pirotecnia”. “Vai se concentrar em questões importantes do País e não em escândalos”, afirmou.
O deputado Ivan Valente (PSOL), coordenador da campanha de Plínio de Arruda Sampaio, também considerou o debate fundamental, por conta da audiência da emissora, do horário que será transmitido, às 21h, e da proximidade com o pleito. Para Valente, Plínio é o único que pode trazer à tona questões éticas e de mudanças econômicas no Brasil. “Vamos falar sobre o escândalo na Casa Civil, lembrar do mensalão do PSDB e do DEM. O PV também não pode falar sobre esses temas, porque também tem aliança com outros partidos”, afirmou Valente, para quem “Dilma e Serra quase não têm diferença”.
A coordenação da campanha de Dilma Rousseff (PT) diz pretender repetir a estratégia de atrelar candidatura da petista à possibilidade de seguimento das obras do governo Lula e não quis falar em vitória no primeiro turno. O deputado Cândido Vaccarezza, líder do governo na Câmara dos Deputados, disse que a vitória deve ocorrer em qualquer um dos turnos.
“Estamos bem preparados para vencer no primeiro ou segundo turno”, disse. Vaccarezza afirmou que a candidata não vai fugir do confronto e vai responder a qualquer tema. A ideia, segundo o parlamentar, é utilizar a mesma dinâmica vista em outros confrontos, que chamou de estratégia “pé no chão”. “Vamos pedir votos para continuar a obra de Lula. Os dados da economia mostram que o Brasil está bem e o povo está bem”, afirmou.
Questionado sobre se a candidata abordaria temas como a crise na Casa Civil, Vaccarrezza disse que ela não deve suscitar o assunto, mas responderá a tudo que for levantado. “Vai entrar em qualquer tema. Vai responder tudo”, afirmou.
Coordenadores da campanha do tucano José Serra ao Palácio do Planalto, Xico Graziano e Márcio Aith, optaram por não revelar estratégia a horas do debate. Graziano disse desconhecer a abordagem que será utilizada no confronto e Aith diz “não fazer sentido responder sobre estratégia a poucas horas do debate”. Para ele, uma resposta poderia revelar algum dado aos adversários.
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