terça-feira, 21 de setembro de 2010

Repórter denuncia ser atendido por médica vereadora em comitê eleitoral


O jornal O Povo traz na edição desta terça-feira (21) uma denúncia de um repórter que foi atendido pela médica e vereadora de Fortaleza, Maria Magaly Marques (PMDB)(foto), no último sábado (18), em troca de voto para o irmão dela, candidato a deputado estadual Carlomano Marques (PMDB). A reportagem relata que os atendimentos dos pacientes foram realizados em um comitê eleitoral. O ato, segundo o Ministério Público Eleitoral, pode ser considerado compra de voto. Quaestionado sobre o assunto, Carlomano disse também que a irmã não faz parte de seu comitê e por isso não pode se responsabilizar pelos atos dela.
Magaly Marques é médica, com registro no Conselho Regional de Medicina de número 2.021, conforme mostra seu carimbo. Ela passou a manhã do dia 18 no comitê do candidato à reeleição Carlomano Marques atendendo a pacientes. Entre os serviços prestados, havia a cessão de atestado médico e encaminhamento para exames.
Na vez em que o repórter foi atendido, ela pediu o título de eleitor, endereço e telefone. Ao final do atendimento, após perguntar a localização do colégio eleitoral em que vota o repórter, Magaly disse: “Pois vote mesmo no homem (Carlomano), viu? Ele não tem nenhum voto lá, dá pra gente saber”.
A médica entregou 32 cópias do santinho com nome e número de Carlomano, atestado médico abonando dois dias de falta no trabalho e encaminhamento para um outro médico, que realizaria o raio-x. No receituário, há o carimbo e a assinatura de Magaly. Nessa mesma manhã, na casa que serve de comitê, no bairro Varjota, havia dezenas de pacientes procurando uma consulta com Magaly.
De acordo com texto, o repórter chegou ao local por meio de denúncia de compra de voto de um leitor. Segunda a fonte, o pagamento variava de R$ 30 a R$ 50 por voto. O repórter, contudo, não presenciou nenhuma compra de voto em dinheiro. Uma senhora foi ao local pedir ajuda financeira para pagar contas atrasadas, mas saiu sem receber qualquer valor e ameaçou denunciar os candidatos.
Vários pacientes, a maioria senhoras, tiveram atendimento médico realizado. Uma delas se queixou porque o encaminhamento seria marcado apenas para depois das eleições. “Será que dá pra confiar nesse negócio depois da votação?”, questionou.

O outro lado
A reportagem tentou entrar em contato com Magaly Marques. Os primeiros telefonemas não foram atendidos. Na últimas ligações, a mensagem eletrônica dizia que o telefone estava fora de área ou desligado.
Já Carlomano Marques alega que há 15 dias não vai ao seu comitê e que não sabia dos atendimentos. Ele disse também que a irmã não faz parte de seu comitê e por isso não pode se responsabilizar pelos atos dela. Ao final da ligação, Carlomano recomendou ao repórter que, para exercer o papel de cidadão, ele denunciasse o caso ao Tribunal Regional Eleitoral.
O Blog Eleições também tentou entrar em contato com a vereadora Magaly Marques e o candidato a deputado estadual Carlomano Marques. Os celulares da parlamentar encontram-se desligados e os telefones fixos chamam e não atendem. Também ligamos para o deputado Carlomano Marques, ele ficou de retornar a ligação, mas até o momento não entrou em contato.
A Justiça Eleitoral
Segundo o procurador da República Alessander Sales, consulta com pedido de voto é prática é equivalente à compra de voto. Ele diz que, após denúncia, há investigação complementar para apurar a veracidade. Caso se confirme, o acusado é julgado e pode ter o diploma político cassado. O procurador diz também que, se o julgamento ocorrer antes da eleição e houver culpabilidade, o candidato acusado pode ter o registro de candidatura cassado.
Serviço para denúncias:
Denúncias ao Tribunal Regional Eleitoral pela Internet, no site do TRE. Telefone: (85) 3388-3500, ou pessoalmente, no endereço Rua Jaime Benévolo, 21 / Centro.

Com informações do O Povo

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