sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Cientista político: É um risco para os tucanos citar FHC

Há quem acredite que a disputa entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) recomeça de fato, nesta sexta-feira (8), com o retorno do horário eleitoral na TV e no rádio. Somente agora, o eleitor poderá ver, com clareza, quais estratégias de campanha foram mantidas e quais passaram por redefinição. Para o cientista político Marcus Figueiredo, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a expectativa é que, no segundo turno, as diferenças ideológicas entre a petista e o tucano se evidenciem.
Figueiredo espera, ainda, um confronto mais direto entre os presidenciáveis. "Um confronto na concepção de projetos de Brasil".
- Você tem os tucanos com as alianças tradicionais, com o DEM e outros. Evidentemente, vão entrar numa linha mais neoliberal. A tradicional política de enxugamento do Estado, de eficiência e as propostas que todos fazem em relação à saúde, segurança e educação. Há uma divisão clara em termos de concepção. Para os tucanos, a ascensão social depende do mérito e da preparação do cidadão para subir na vida. Enquanto que, na linha social democrata do PT, o suporte do Estado é que garante a ascensão social.
O cientista político considera arriscada a estratégia do PSDB, que deve utilizar mais a imagem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, praticamente preterido no início da campanha de Serra. Na propaganda tucana exibida na TV, nesta tarde, a gestão FHC foi mencionada.
- É um risco para os tucanos entrar com Fernando Henrique agora, porque na comparação entre resultados econômicos e sociais, o período Lula é muito superior ao que aconteceu nos dois governos FHC - opina.
Na avaliação de Figueiredo, o tom mais agressivo, observado no fim da campanha no primeiro turno, deve permanecer na etapa final.
- A classe média entrou na discussão por vários meios, inclusive pela internet, por conta da crise na Casa Civil. E os religiosos fundamentalistas partiram para jugular da Dilma, taxando-a de pró- aborto. Isso vai continuar. A oposição está revivendo aquelas matérias todas, já ultrapassadas, do vazamento na Receita Federal e, em seguida, vai voltar, aliás, já voltou, com a questão da Casa Civil. E na internet continua o terrorismo católico e protestante contra a Dilma. 

Terra Magazine

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