O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse nesta quinta-feira (14) que é preciso reforçar as campanhas de prevenção à Aids no país. “O problema da transmissão no Brasil não está extinto”, disse. Ele participou nesta tarde de evento do Fórum das ONGs-Aids do Estado de São Paulo, onde assinou uma carta compromisso com prioridades das entidades para o setor.
Serra criticou ainda o governo federal por uma suposta dificuldade dos pacientes em receber dois medicamentos. “A campanha contra a Aids no Brasil começou a derrapar por falta de medicamentos. O que está por trás disso? Falta de planejamento”, disse. Ele criticou ainda a forma como é conduzida a quebra de patentes de remédios ligados ao combate à doença.
Para ele, essas medidas devem ser sistemáticas e não “cinematográficas”. Serra defendeu que sejam feitas parcerias com países como a Índia para obtenção das matérias primas e que seja diminuída a importância das importações no plano de combate à Aids.
O candidato afirmou que o Brasil conseguiu avanços e é elogiado no mundo por sua política no setor. “Minha preocupação é que isso não relaxe as campanhas de prevenção”, disse.
Para o tucano, uma das estratégias a ser mantida é a distribuição de preservativos, ainda que lideranças religiosas repudiem o uso do método. “No Ministério da Saúde nós fizemos uma política de difusão dos preservativos e tudo mais. A Igreja nunca colocou obstáculos. A Igreja sempre colocou sua posição, mas nunca fez campanha propriamente contra isso”, disse.
Serra não quis comentar as pesquisas de intenção de voto.
União civil
O tucano foi questionado sobre a carta que a campanha da adversária Dilma Rousseff (PT) prepara, na qual a candidata deverá se comprometer a não enviar ao Congresso nenhum projeto que modifique a legislação sobre aborto, casamento homossexual e liberdade religiosa. “Ela tem lá os problemas dela”, disse o candidato.
Perguntado sobre o que pensa da união civil entre pessoas do mesmo sexo, ele afirmou:
“A questão do casamento propriamente dita é uma questão que está ligada às igrejas. Agora, a união em torno de direitos civis, ela já existe inclusive na prática, pelo Judiciário, e sou a favor para efeitos de direitos, união civil. Outra coisa é casamento, que tem um componente religioso das igrejas e tudo mais. Aí, cada igreja define sua posição.”
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